11.1.11

AGORA ELES SE VÃO

Sentindo-me jorrar, em despedidas e perdas, nesse novo ritual que se impõe ao meu Eu, vejo-me em atrofias labirínticas demarcadas pelo conflito entre o que foi e o que virá a ser. Em cada ciclo vivido, um sofrimento com tensões que o antecediam. E eles? eles chegavam -  no começo  - com efervescência, sacudindo a entrada num mundo de interrogações-rebeldia-alucinações, depois me acostumei a ales e, agora... agora  eles se vão e me deixam na companhia de mais conflitos. Quem sabe uma reposição? Mas como repor/recompor o ninho?

Ai que saudade de mim!


JacintaDantas

11 comentários:

Dauri Batisti disse...

Você escreve umas coisas muito lindas, densas, viscerais. Este carater confessional - mesmo na ficção - gera uma cumplicidade legal com o leitor.

Parabéns!

layla lauar disse...

só tem conflitos quem realmente vive e sente a vida...participa intensamente e não se contenta em ser um mer expectador...

agradecida por mais este belo texto.

beijos jacinta

Inês Queiroz disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Dois Rios disse...

Oi Jacinta,

Primeiramente quero agradecer a gentileza da sua visita.
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Somos seres em permanente construção. Essa constante mutação gera, por vezes, vastos conflitos de identidade. A vida repõe e recompõe o ninho. A nós cabe apenas dar espaço.

Beijo,
Inês

p.s. Desculpe-me a confusão. Não percebi que estava logada na minha conta particular "Pétala".

Anônimo disse...

os ciclos, eles sempre às voltas comigo, Jacinta e não os entendo. Tua escrita me desvenda muito desse mistério. beijo.

orvalho do ceu disse...

Olá, como vai a menina do moedeiro rosinha???
O auto conhecimento é demasiadamente importante no processo de nossa libertação... Avante!!!
Bjm com gosto de janeiro

APPedrosa disse...

Lindo esse texto. Também já tive saudades de mim, mas, quando me reencontrei, foi com uma intensidade muito maior.
Beijo,
Ana

Benno disse...

No conflito eterno entre os estáticos conceitos de ser e não ser, a realidade é um constante vir a ser, nunca se é, pois quando começa-se a ser já se foi. A realidade está apenas na mudança, dizem os místicos. Mudemos, portanto! Sempre e para melhor (ou quem sabe diferente apenas). "Uma tola consistência é o espantalho das pequenas mentalidades" (Emerson). Já no final da minha longa e inconstante reflexão, já não sou o mais o mesmo, como já não era o mesmo antes de começar a ler seu texto. Neste meio tempo refleti e cheguei a novas e reveladoras inferências.

Paula Barros disse...

Essa dor, me lembrou as mães que veem-sentem os filhos partindo.

E a saudade de nós mesmo, acho que é a saudade mais dolorosa.

beijo.

Claudinha ੴ disse...

A vida é feita de ciclos e estradas. Caminhamos juntos e , um dia, cada um segue sua direção. Não é fácil esta separação, mas faz parte de nosso aprendizado... Por nossas crias pra fora do ninho, por exemplo, é um momento delicado, mas vital!
Um beijo e coragem!

Madalena Barranco disse...

Jacinta, querida,

Sempre admirei sua capacidade de encantar em poucas palavras. Voei para um lugar que andava esquecido, mas que foi recuperado há algum tempo e agora, com seu texto, foi revigorado: meu coração.

Beijos,
Madalena
P.S.: muito obrigada por unir sua Luz à nossa corrente do dia 13... Pétalas choveram sobre a Terra como fortalecimento e consolo.
P.S.: por favor, posso linkar (com seus devidos créditos) esse seu belíssimo texto num próximo post do Pétalas Estelares?