Nos baldes e bacias espalhados pelo barraco, chorava a chuva latejante, corroendo-lhe o coração, nos muitos meninos e meninas que se encolhiam nos cantos. Cantos que levavam a pequena menina para o mundo dos sonhos, com tardes bonitas de bonitas nuvens. Atrevida menina, com olhos arregalados para o mundo, grandes olhos no rosto miúdo, gostava de matemática, cantar na igreja e, do alto do morro, espichar o negro olhar para o infinito, procurando alguém que fosse maior que toda aquela pobreza. E não é que ela encontrava? Dele ela gostava. Gente grande, com olhar macio e generosidade no amor – o amor que, quanto mais doa, mais tem para doar – o Ser grande, milionário no saber, com mãos que alcançavam suas inquietações, ela encontrava. Por ele se apaixonou, desde os 06 anos de idade, com ele, trocou olhares e carícias, nele, entregou suas inocentes confidências. Naqueles momentos, nada nem ninguém quebravam o encantamento da vida. Chorar a chuva, poderia acontecer, mas, a sua disposição, o céu dourado sempre estaria e nele se daria o mágico encontro entre a menina e o homem das nuvens. Disso ela sabia.
Este post faz parte da brincadeira proposta por adriano carôso
14 comentários:
Como sou nova aqui nesse universo blog... ainda estou me familiarizando com as coisas...tipo: meme, selos, etc.
Mas acho fantastico estar tendo contado com pessoas com sensibilidades tão afloradas!
Você é assim!
Beijinhos com carinho!
Esse homem das nuvens é muito especial... :)
Beijos, Jacinta.
Ficou lindo. Obrigado. Com o seu estilo e a sua marca. Só tem uma coisa. Um dia vc me confessou que não gostava de fotos. Será que estas se perderam na chuva mesmo ou você não quer mostrá-las. De qualquer maneira, respeito muito a sua decisão. E como você mesmo disse, seu link está no meu coração também. Beijos!
Oi, Jacinta;
Li este texto, divino texto, e, caramba,... fiquei impressionado (pela positiva) com o tema e contudo.
Este conto é uma aula de ternura digno de figurar nos compêndios do amor pela humanidade.
Jacinta, embora eu não a conheça pessoalmente, só e simplesmente posso dizer que você me surpreende
a cada visita que faço ao seu blog.
Maravilhoso e... vou voltar a ler e reler e......
bjs
Oi pequena,
Lindo lindo seu espaço.
Gostaste da crônica do Antônio Maria? Espero sua visita mais vezes no Papagaio Mudo.
Beijos
>¨<
ps: uma sugestão, coloque os comments em janela pop-up. Fica mais fácil de ler e ao mesmo tempo comentar.
Uma brincadeira levada com talento ao pé da letra, ofertando-nos uma pequena jóia de enorme valor estético e valiosíssima pela delicadeza com que é exposto o tema.
Gostei demais deste olhar para o infinito! Parabéns!
Beijo.
Oi Jacinta,
Que texto bonito. Rico em imagens. Para mim ele fala da percepção da vida em suas mais diferentes formas e momentos. Das conexões idiossincrásicas a que todos estamos expostos.
Parabéns!
Um beijo!!!
Parabéns pelo post... recheado de sensibilidade e poesia... lindo texto, misturando sentimento e inocência, meus parabéns!
Menina, fizestes na tua sensibilidade um poema de inesgotáveis rimas e muitas reflexões.
Delicadeza deveria ser seu nome.
Que alma linda, esta! Ter generosidade no amor é amar verdadeiramente. fico com a impressão de que este sentimento - o amor - tem perdido muito desta qualidade! Talvez estejamos nos embrutecendo. Perdendo esta sensibilidade que sobra no personagem!
Beijos querida
Olá! Jacinta
Venho agradecer o carinho do seu comentário no cantinho, fiquei muito feliz, seja sempre bem vinda!!! E adorei conhecer seu aqui também.
beijos no seu coração
lindo de ver, de sentir! é lindo até existir!
:)
Que delícia de brincadeira. Foi bom apreciar esse homem nas nuvens e se perder com ele por lá. Abraços meus
se uma brincadeira gera um texto lindo e poético assim, imagina então qauando a "coisa" for séria..rss ...
não me canso de dizer que você escreve lindamente e sempre que venho aqui saio com a alma encantada...
estou me despedindo do virtual, mas não me esqueci de você, tentando achar uma solução para que deseja, mais tarde lhe mando um email...
beijos querida e agradecida por demais pelas suas palavras gentis e carinhosas lá no meu canto.
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